Eu estava deitada na minha cama mofada com pequenos insetos pulando e correndo em cima de mim. Estava escuro e cheirava a casa velha, abri os olhos pouquinho. E vi a cabeça de um boneco [ cabeça redonda. olhos pretos e vazios. Boca um risco. e parecia muito um de meus desenhos.]
Pensei: bem deve ser alguma alucinação sendo que estou a 2 meses quase sem o remédio de louco. Me reconfortar no mofo, e no vento que vinha de um ventilador que limpamos mas porém ele está servindo de catavento de poeira.
Tive pesadelos esquisitos, que no fim não consigo me lembrar. Apenas coisas que não faz sentido, e que eu deveria tomar cuidado, com meu pisar em certos lugares * diga- se lugares, quando quero dizer pisar meus olhos.
Eu orei no meio desse furacão de pessoas desconhecidas, acorda, mofo, e aquilo que estava me caçando fugiu. Quando "despertei"... Coloco em aspas, pois foi uma conversa entre mim e minha carne. Dizendo: Ora / Carne: deixa pra depois/ Eu: Oraaaaa!
Sentia que todos os móveis estação conectados com fios, e estavam em alguma outra dimensão. Lembro-me de colocar em uma game play ( depois de tomar 4 comprimidos de 2 tipos de remédios) fiquei meio lesa e não entendia nada.
A barata passou do lado da mesa de cabeceira e eu fiquei pensando? Barata? E eu não senti o cheiro? Estou louca? Quando olho não tinha nada.
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Quando você está quebrada, mesmo que te comprem coisas bonitas. Mesmo que você faça desenhos bonitos no seu corpo que você "diz" gostar. Mesmo que corte o cabelo ou coloque aplique, nada disso muda o o fato que você é um bosta! 💕
E isso não é pra você, LEITOR! Isso é para mim, que sempre achei que comida, tatuagem, piercings, balada, remédios doidos, pudessem aliviar a dor que é viver. Viver é uma merda. Que eu tenho que lidar todos os dias. Eu acho que meu coração foi quebrado umas 5 vezes: 1. Quando eu comecei a ser abusada 2. Quando eu percebi que meu pai não voltaria 3. Quando meu irmão se suicidou 4. Quando depois de várias conversas, eu percebi que no fundo a minha mãe nunca se importou, ou demonstrou de fato se importa 5. QUANDO eu percebi que é bem provável que eu nunca vou ter uma vida normal. E que talvez eu nem chegue a isso.
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