Eu poderia escrever isso nos meus diários, mas quero compartilhar esse desabafo com os poucos leitores que tenho (mesmo anônimos).
xx
Antes quando eu era pequena depois dos 13 anos. Eu achava que minha mãe, não tinha escolha. E que ela fez de tudo para me criar bem, e com a melhor qualidade de vida possível. Eu jogava na cara dela que vivi dos 13 anos 22 sozinha. ( Literalmente sozinha) Algumas vezes sim, todo pré adolescente é assim.
Mas hoje com 31 anos nas costas, vejo que TODOS nós temos escolhas. Se você não tem tempo para cuidar de uma criança, se você não tem dinheiro, se você não quer uma criança... Use métodos contraceptivos para se prevenir.
Eu não creio que minha mãe não tinha acesso a esse tipo de informação aos 35 anos em SP. Não cabia uma criança na vida dela. E o que ela fez? O que ele achou melhor? Colocar uma criança para morar com a irmã dela mais velha com mais dois filhos e o marido dela.
Ela se perguntou se era seguro? Se a irmã seria uma boa imagem para mim? Não. Se algum deles poderia abusar de mim? Não.
Ela já me perguntou se já houve algum abuso no sentido s&xU4l da coisa. Também não. E sim, houve. Acho incrível como ela dorme, em paz com todos os demônios que atormentaram e atormentam minha vida todos os dias.
Eu sou extremamente insegura, depende emocional, desconfiada de tudo, por muitos anos tive problemas para dormir de luzes apagadas. Minha vida sexual é uma piada. Além de muitas vezes serem (???) Tudo pela exposição que tive a toda merda de coisa que vivi naquele inferno de casa.
Ela poderia ter escolhido não ter filhos. Poderia ter escolhido outro caminho, mesmo que poderia ter sido mais difícil. Mas hoje nós duas poderíamos ter uma conexão de mãe e filha. Eu muita vezes me sinto uma intrusa na vida dela.
Ela não faz questão de saber nada da minha vida. (Somente se eu arrumei ou não um emprego para me manter) Quando descobriu que eu me cortava, fez um SHOW, caiu na cama e toda aquela palhaçada. E eu perguntei para ela: Você realmente, nunca notou pq eu usava uma braçadeira que ia do pulso ao cotovelo?
E a resposta dela foi: (???????)
No início era uma preocupação, eu por um milésimo de segundo pensei que era verdade. Mas logo que os meses se passaram, ela simplesmente cagou para tudo. Quando me cortava ela hagia como a vítima. E eu fosse a pessoa doente que ela não pode tratar. Mas era e sempre foi tudo fingimento.
Quando eu bem IDIOTA tento falar sobre algo emocional da minha vida. Ela fica olhando para tv e não presta atenção ( ou finge nao prestar ) e quando pergunto " você está me ouvindo?". Ela responde com um "hãhhh????". Sendo que eu estou do lado dela.
Ela não quer e nunca quis ouvir, o que acontece na minha vida é problema meu. Se um dia eu chegar a tirar a minha vida, provavelmente ela vai chorar 1 dia. E no outro vai dizer que fez de tudo por mim, e eu que não quis viver.
Como ela mesma diz das pessoas que tem problemas mentais "doidos, doidinhos". Fora que todo mundo que ela conhece que tem depressão, e ela comenta comigo ela fala dessa maneira:
" Sabe a fulana? Está com depressão! Mas depressão mesmo!! " Eu fico 🤡🤡🤡🤡. Não sei se tô lembrada se falei para ela, "ahh só ela tem né, eu tô aqui enchendo meu corpo de remédio que está acabando com meu organismo, eu me corto, eu tentei suicídio várias vezes, eu acho que a minha é brincadeira, é um joguinho."
Eu só simplesmente cansei. Ela é uma ótima progenitora, nunca deixou faltar absolutamente nada. Mas é um vaso seco, oco, ela tem amor pelos livros de receita dela. Mas por mim, ela só apenas suporta a existência.