acordo por volta das 7h da manhã, dormi mal na noite anterior. Meu corpo dói de uma forma que não sei nem como explicar. passei a noite andando pela casa, tentando encontrar um lugar que eu dormiria sem sentir dor.
Sonhos confusos e sombrios invadiam meu cérebro como correntes elétricas que queriam me queimar viva.
— cheiro de bolo.
tomamos café normalmente. As mesmas coisas.
Hoje eu tinha um compromisso importante, então sai por volta das 10h30 por aí. Um homem conhecido, parou no ponto. conversa vai conversa vai.
Ele diz que uma garota de 12 anos se enforcou, e que ela morava na nossa rua. não conheço todo mundo que mora na minha rua, afinal mal saio na frente de casa. Eu só faço o que tenho que fazer e volto para casa.
não abro a boca.
quando o ônibus chega, me sinto aliviada por não ter que ouvir mais aquela chuva de julgamentos. Então passo a catraca, e me sento. Não abri a boca. minha mãe sente que meu humor oscilou.
Depois de fazer as milhares de tarefas que fui enviada para fazer. Vou para estação de trem, me senti enquanto observo as pessoas saírem apressadas.
pessoas com roupas de carnaval. Penso — bloquinhos.
quando minha amiga chega, percebo que ela não mudou nada. Continua muito bonita. Conversamos. Até chegar no nosso destino, andamos em vários lugares do shopping.
até eu ver aquele vídeo horroroso de mim de costas. IMENSA. Eu me senti uma pedaço de gordura ambulante. Papada. Bunda. Tudo horroso. Até corcunda parecia que eu era.
pensei: — Se eu fosse magra seria tão linda. Sou estilosa, tenho tatuagens, eu ia ser muito gata. Certeza que meu boy seria mais apaixonado ainda por mim.
vale a pena?
xx
Vi um vídeo no Tik Tok de uma mulher que falava que se você não emagrece, e tem dificuldade para resolver isso. Sinal que você precisa resolver seus traumas. Essa situação de compulsão, de descontrole, provavelmente é algum trauma enraizado que inconscientemente não percebemos a gravidade da situação.
— Achei de fato uma informação importante.
geralmente eu como muito quando me sinto com raiva e triste. E quando estou focada, me sinto vazia.
observações.
4 comentários:
A conexão entre o trauma e o t.a. é totalmente plausível. A gente não escolhe ter um t.a., ele acontece conosco. Mamãe desenvolveu um t.a. compulsivo depois que meu pai morreu. Ela engordou cerca de 50 kg depois que ele faleceu. Perdeu o controle totalmente. O trauma foi perder o grande amor de sua vida. No meu caso, meu T.a. se desenvolveu depois de 1992 depois do sequestro. Eu não falo muito sobre isto, mas eu sei que foi uma das grandes razões. Vejo também pessoas que cresceram com traumas diversos, depois na vida adulta desenvolverem um t.a. Quando eles fazem terapia ou ''fazem as pazes'' consigo mesmas, resolvem a raiz da questão de seus traumas, conseguem se desligar de uma certa forma do t.a. Ele sempre existirá, mas a pessoa saberá conviver com ele sem deixar que o corpo vá á anorexia ou á obesidade. A pessoa encontra um meio-termo.
Conheço quem foi assim . Tinha una amiga que era linda tinha mesmo cara de modelo e pesava na altura com 15 ou 16 anos 90kgs vivia infeliz e era linda mesmo com esse peso, quando se pesava e via que não conseguia emagrecer chorava e comia mais ainda que o normal era a forma de preencher a frustração e raiva e dizia " ja que não consigo emagrecer e não ,então vou comer" apesar de ser da mesma idade que ela eu via isso como auto destruição e não sentia que fosse resolução nenhuma. nunca lhe disse nunca a incentivei a fazer dieta apenas quando ela me dizia que estava a fazer e via resultados eu aplaudia mas sinceramente era indiferente porque ela ela bonita na mesma . Hoje depois de ter um filho é bem mais magra do que em adolescente não sei sinceramente se ainda tem esses problemas com o peso mas as coisas acabam por mudar de alguma forma em algum momento da vida. ♡
É realmente. Um fator que muitos falam é ter mãe controladora.
Achamos uma o maior dos problemas é o peso, mas nem sempre é.
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