Ela está sentada há mesa com um grande bolo na sua frente. A respiração está um pouco acelerada, e ela não sabe muito bem o que fazer com a aquilo. Ela sabe que não devia comer. Sabe que não devia estar ali, mas seus pés, seu corpo não consegue se mover. Ela pega com mão um pedaço do bolo e coloca na sua boca. Uma lágrima, uma pequena e salgada lágrima escorre na sua bochecha e desce até a seu queixo. Se misturando com glacê que está sujando toda o seu rosto. Ela come. Come. Ela não consegue para, é como se estivesse enfeitiçada. Já não está pensando mais ela só quer acabar com aquele bolo, aquele grande bolo.
Depois de minutos de miséria e falência. Ela está deitada no chão daquela cozinha fria. O piso branco risca os olhos dela. Ela quer vomitar. Ela quer chorar. Ela se culpa. Um bolo inteiro. Um enorme bolo. Como vou explicar para meus familiares. Ela corre para o banheiro, não é preciso forçar. O bolo sai como uma música. Ela chora e treme. Se sente cansada e deprimida. Sozinha.
Se arrastar para o quarto é difícil demais. Falar que teve uma compulsão é complicado demais. Riscar planos infalíveis, é ridículo demais. Promessas que tudo vai mudar. Falhas e revoltas. A garota que comeu bolo, só queria ser uma pessoa normal. Mas ela está cansada demais. Ela só quer fechar o olhos e talvez quem sabe não abrir mais.
2 comentários:
Nada dá mais medo do que escolher.
GK
Sim eu acho um pouco
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