domingo, 4 de agosto de 2024

O domingo que eu morri pela 538° vez

 


era 06h06 da manhã, gritei para que minha mãe fizesse café. Eu estava com dores ( cólica, cabeça, dente ) precisa de café. Chamei o ser endemoniado que destruiria meu final de semana horas a frente. Logo que ela passa pela porta de madeira da nossa sala, o ambiente fede, fede a reclamação e idiotice. 

bla bla, minha patroa. O mesmo de sempre. Eu como minha tapioca no modo automático, corta, mastiga, engole, toma o café amargo, depois apenas deito de volta no sofá. Ela continua a reclamar como se minha mãe fosse um enorme balde de lixo. 

Minutos depois minha mãe, desconversa e diz que vai dormir mais um pouco antes de descer no centro da cidade. Ela arrastando sua podridão de reclamações vai embora. 

Adormeço novamente no sofá minúsculo. 

07h40 subo as escadas, e começo a me arrumar. Meu propósito para esse dia era: fazer as coisas que elas precisam ( elas eram minha mãe, e as duas tias) e pagar minha terapeuta, e compra coisas que faltam pra casa, e ir embora. APENAS. 

mas obviamente não foi isso que aconteceu... 

eu já tenho muito tempo, convivendo com essas doenças então sei quando tenho crises e dores. Pedi para que ela humildemente fizesse silêncio e não tirasse a minha concentração, já que estava mexendo com dinheiro de outras pessoas. NÃO O MEU, NAO O DO MEU MARIDO. mas de outros pessoas. E ela apenas me chamando, e falando bem alto na fila do caixa 24hs. 

Eu nem precisava estar ali. No total eu fiz quase 9 saques e 1 pagamento no caixa de atendimento. E ela não calava a boca. Falava e reclamava sobre a troca da vela do filtro dela. 

Ela quase berrava: FAZ ALGUMA COISA POHAA, FAZ. 

Eu tentando conversar com a minha mãe enquanto chegava até as escadas rolante, ela me atravessava. E dizia: Liga pro D. liga. Ele não atende. Sendo que eu mal tinha discado. ( Eu era uma bomba atômica, e ia explodir) 

não entendi no final, porém ela foi até a casa ver se o cara tinha conseguido achar a casa. 

Eu andei até o banco mais próximo. Minha outra tia e minha mãe, olhou tentando entender, e eu desabei, chorei como se eu tivesse perdido alguém. E eu perdi. Perdi a mim mesma. Falei que não aguentava. Falei que não suportava. Falei que queria sumir. Que nem deveria estar ali. Minha outra tia estáva furiosa, e minha mãe também. 

Depois de fazer mil coisas no centro da cidade..

Cheguei em casa. Crise. Eu ouvi vozes, eu queria socar a parede até quebrar meus dedos em todas as partes. Eu queria socar a cara dela. Eu queria sumir. Eu queria muitas coisas. Mas escolhi tomar 3 comprimidos. Me esmagar, e me reprimir, eu sei que esse sentimento vai voltar. 

sabe qual era meus planos para sábado? 

Fazer meus afazeres na rua, e estudar. Ver um filme e tomar um vinho uma cerveja com meu marido. Apenas isso. 

Vou morrer. Só não sei quando.

Um comentário:

Gugu Keller disse...

Nascer é uma sentença de morte.
GK